a que obra eu me propus

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 Elio E. Müller Estabeleci como propósito para minha obra, literária designada como sendo a Coleção Memórias da Figueira , de contar casos e causos  da história da Colônia Alemã de Três Forquilhas, que vem desde seus primórdios em 1826 e vai até o final do chamado Tempo do Pastor Voges . ITATI  RS, 2012-12-23

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Elio E. Müller

Estabeleci como propósito para minha obra, literária designada como sendoa Coleção Memórias da Figueira , de contar casos e causos  

da história da Colônia Alemã de Três Forquilhas,que vem desde seus primórdios em 1826

e vai até o final do chamado

Tempo do Pastor Voges .

ITATI –

RS, 2012-12-23

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INTERAGIR COM LEITORES E PESQUISADORES.

Nesta fase da redação final do texto do livro E A VIDA CONTINUA, o 7ºvolume da Coleção Memórias da Figueira, coloquei a possibilidade deINTERAGIR mais intensivamente com os leitores.

Constato que é mais proveitoso escutar os leitores e pesquisadores jáantes da publicação do livro, ao invés de somente ouvir avaliações, críticas ouopiniões sobre um livro já publicado.

Este é o motivo que me levou a brindar os leitores com trechos da obra,com textos ainda em formato de rascunho, sem as correções minuciosas ereferências ao pé da página.

 Assim procedo por acreditar de que deste modo os leitores poderão

participar já nesta fase de consolidação de tópicos a serem abordados,permitindo ao leitor, de colocar dúvidas ou indicar pontos obscuros e que noseu entender ainda carecem de uma maior clareza.

Felizmente existem, hoje, meios concedidos através da Internet, quefacilitam este interagir de autor com leitores, no meu caso através do SCRIBDe pelo FACEBOOK ou até por meio de troca de emails.

 A Coleção Memórias da Figueira trata de uma pesquisa da microistória  dos antepassados de minha esposa e do povo do vale do rio Três Forquilhas, à

qual fui inserido pelo exercício do cargo pastoral e pelo casamento.

Verifiquei que contato já começaram a acontecer desde o momento emque publiquei textos no SCRIBD e os divulguei também pelo FACEBOOK, peloLINKEDIN e no TWITER, permitindo que eventuais interessados façam umaapreciação de trechos já disponíveis há diversos anos, porém guardados emmeus arquivos, para uma redação mais criteriosa e uma elaboração final,visando a publicação da obra.

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A QUE OBRA EU ME PROPUS? 

No propósito de auxiliar os leitores que tiverem interesse para interagir comigo, na elaboração final do livro E A VIDA CONTINUA consideronecessário explicar melhor A Que Obra Eu Me Propus? e, que serve de títulopara este folhetim em formato de literatura de cordel.

Espero com este procedimento evitar o recebimento de críticas que nãoservem para um aproveitamento efetivo na elaboração da obra, pois já cumprios propósitos estabelecidos, nos seis volumes anteriores e, que não poderão

mais ser alterados.

O sétimo volume servirá apenas para o fechamento da ColeçãoMemórias da Figueira.

 A obra que eu me propus nestes sete volumes da coleção é de escrever a história da Colônia Alemã de Três Forquilhas, idealizada no final de 1826 eoficializada em 1827.

Conforme as minhas pesquisas, iniciadas há mais de 40 anos, a áreageográfica da Colônia Alemã de Três Forquilhas  era muito pequena, pois,vinha desde a terceira forquilha do rio e ia até o chamado Passo do Cemitério ;no princípio da Boa União.

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 A Colônia Alemã de Três Forquilhas, em sua origem, talvez não tivessemuito mais de cinco quilômetros de extensão. Dentro da qual foram

demarcados lotes que foram destinados aos imigrantes alemães.

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Não é propósito destes sete volumes, de fazer uma abordagem maisespecífica dos moradores luso brasileiros e de origem açoriana que já seencontravam nesta região, fora da área geográfica mencionada, quando dainstalação da Colônia Alemã.

 A minha pesquisa centrou-se nos imigrantes alemães e seusdescendentes e aqueles que de alguma forma vieram a participar diretamentedo cotidiano dos colonizadores.

 A base principal do meu material de trabalho foram os livros do RegistroEclesiástico mantido pelo pastor Carlos Leopoldo Voges, aliado comentrevistas com idosos da localidade e que passei a denominar de fontes datradição oral.

Considero que cometem uma injustiça contra os seis volumes jápublicados, aqueles que declaram e espalham por aí que a minha obra é de umtotal descaso para com a presença e as atividades de luso brasileiros eimigrantes de origem açoriana, que já viviam nas imediações da áreageográfica da Colônia Alemã de Três Forquilhas. Não me ative a uma pesquisamais aprofundada a respeito de tais personagens  – fazendeiros, sesmeiros epopulação já considerada nativa – quando os alemães aqui chegaram. Chegueia tocar na presença dos índios brasileiros, donos originais dessas terras, mastambém não aprofundei a pesquisa a respeito da realidade mais ampla por eles

vivenciada, não apenas no vale, porém, em todo o Litoral Norte do RS.Focalizei a atenção ao vínculo que existiu entre índios e imigrantes alemães,entretanto de modo bastante superficial e rápido.

Nos seis volumes já publicados os leitores recebem a oportunidade deconhecer a saga do imigrante alemão que veio para formar a pequena Colôniade Três Forquilhas. Mas procuro também mostrar como estes imigrantes eseus descendentes foram rompendo as fronteiras geográficas por simplesquestão de sobrevivência, em busca de espaço em vales e áreas adjacentes edepois subindo a Serra, em busca de um lugar para viver, construir, cultivar ecriar progresso para os seus e para o local em que passaram a viver.

Sou de opinião que as divisas originais desta pequena área geográficada Colônia Alemã de Três Forquilhas foram desaparecendo, pois os filhos,netos e bisnetos dos imigrantes alemães foram se inserindo na realidade maisampla, desejosos de participar em tudo.

Nesta obra fica também dito que no caso da Colônia Alemã de TrêsForquilhas tratou-se de uma colonização formada quase que exclusivamente

por protestantes, algo que não era comum na época. Basta ver São Leopoldo e

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tantas outras Colônias Alemãs onde os protestantes ficaram misturados emmeio aos compatriotas de fé católica.

Este fato particular ocorrido na Colônia Alemã Protestante de TrêsForquilhas merece ser examinada mais detidamente, para ver o quanto essagente de credo diferente sofreu no que tange à discriminação de minorias, maisainda em um país onde a religião oficial era a católica.

Fiquei surpreso ao ver como o guia espiritual destes imigrantes teveclarividência e sabedoria para buscar uma vida o mais harmoniosa possívelcom a maioria católica existente no entorno, formada de luso brasileiros eaçorianos, que, literalmente, os cercavam.

Em meu trabalho literário iniciado em 1970 passei a ser favorecido pelas

mudanças benéficas ocorridas em nossa sociedade brasileira. Hoje se fala cominsistência e clareza que as minorias desfavorecidas não podem e não devemser discriminadas e pisoteadas. Bastaria citar os afrodescendentes ou os índiosbrasileiros. Eu incluo os protestantes da Colônia de Três Forquilhas dentrodesta mesma categoria de minorias que foram fortemente discriminadas esofreram toda a espécie de dificuldades e de obstáculos, que lhes dificultava ainserção dentro da sociedade brasileira.

Nos primórdios da colonização os imigrantes alemães protestantes não

podiam nem ter um templo com sinal evidente externo, na construçãodestinada para a prática de sua fé.

Como autodefesa os imigrantes formaram uma espécie de guetoreligioso, semelhante ao que afrodescendentes fizeram em seus quilombos eos índios fizeram em seus toldos, estes, porém, impostos a eles e demarcados,pelas autoridades.

E A VIDA CONTINUA quer ser uma palavra de fé e de esperança por novos tempos, de tempos que se renovam e de pessoas que se abrem para agrande aventura do convívio fraterno, onde impera o respeito mútuo e umtrabalho conjunto em prol do bem estar e de vida digna para todos.

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 O que eu entendo por critica.

 A palavra crítica vem do termo grego kritikos e significa a capacidade de fazer  julgamentos.

Já no sentido filosófico, existe o que chamamos de senso crítico e que seprende ao desenvolvimento de uma consciência reflexiva baseada no “eu” (aautocrítica) e ao mundo (a crítica). 

Ter um senso crítico significa ter a capacidade de questionar e de analisar demodo racional e inteligente.

 Através do senso crítico, as pessoas aprendem a buscar a verdadequestionando e refletindo profundamente sobre cada assunto, seja pela autocrítica ouseja na crítica direcionada aos outros.

No meu caso, na condição de autor de obras literárias, a crítica é simplesmenteum ato que serve para que eu consiga ouvir um parecer através desse atodenominado de crítica .

Uma tal critica pode apontar tanto para pontos positivos bem como negativos epossui a função de comentar o conteúdo. Não existe essa tal chamada crítica construtiva , pois toda a crítica deve ser positiva, mesmo quando só aponta erros,pois, caso contrário deixa de ser crítica e já desliza para outro termo.

Quem critica aponta e se possível avalia erros e acertos e ponto final. O que aspessoas chamam de críticas construtivas são aquelas que têm como intenção ajudar 

e apontar pontos que poderiam ser melhorados ou aperfeiçoados pelo autor ou dedizer que considera que o conteúdo está suficientemente elaborado e é confiável.

Quando não existe a intenção de avaliar ou de ajudar a melhorar,porém simplesmente passam a denegrir o outro,isso já é um ato de falar mal , e pronto.

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Quando não existe a intenção de avaliar ou de ajudar a melhorar, Isso nempoderia ser chamado de crítica, pois, já passa para o terreno, que pode ser qualificadocomo agressão muito mais à pessoa, ao autor, do que ao conteúdo da obra produzida.

 Ao apontar as falhas e erros de alguém eu devo apontar pontos de reflexão,alternativas para consertar o que está errado. Às vezes, acontece que eu percebo umerro, mas, não consigo visualizar possíveis melhorias. Neste caso o mais indicado énão criticar, porém, oferecer-se para procurar soluções juntamente com a pessoa queerrou.

O que importa é agir empaticamente, conforme recomendava o nossoprofessor de poimênica ou de cura d’alma, durante o Curso Teológico, ou seja,aprender a nos colocar no lugar do outro.

Em geral as pessoas veem a crítica como algo negativo. A crítica não énegativa, porém o erro é negativo. A crítica sincera, com intenção verdadeira deajudar, no momento certo e, colocada de maneira assertiva é benéfica, é até

necessária, pois sem ela não haverá indicações que possibilitem correções ouaperfeiçoamento daquilo que ainda não ficou na altura do que poderia ou deveria ser.

Por isto vejo aqueles que me criticam como pessoas que desejam me ajudar.Quando me proponho a interagir com leitores ou pesquisadores que tiverem acesso àsminhas publicações de textos esparsos do próximo volume E A VIDA CONTINUA, medisponho a contar com críticas, sugestões e comentários, como uma oportunidade demelhorar algo que não ficou claro, não ficou bem ou que está errado e não está tãobom quanto poderia estar.

Uma pessoa que seja possuidora de um senso crítico aguçado, não aceita aimposição de qualquer tradição, dogma ou comportamento sem antes questionar.

Precisamos primeiro admitir de que existe uma ideologia dominante que vem aser o conjunto de crenças, valores e opiniões, veiculada na política, religião, meios decomunicação ou outros grupos, que procura manipular as pessoas para que nãoquestionem; para que aceitem o que lhes for imposto sem ponderar ou investigar averdade.

Já a consciência do papel social de cada indivíduo promove a necessidade depensar sobre as verdades impostas pela sociedade dominante. Um autor, nem queseja apenas nas entrelinhas da sua obra, se propõe a mostrar essas tais verdadesimpostas sobre o povo e se possível desmascara a imposição e mesmo opressão.

 A capacidade de refletir sobre os assuntos e de saber criticar sempre estárelacionada com a educação recebida por cada indivíduo. Por isto, em geral, sãopoucos os que realmente sabem e tem condições de criticar. Mesmo que sejampoucos, que venham as críticas, através deste interagir entre autor e leitores, ao qualme proponho.

 Agradeço ao retorno que já começou e surge para mim a possibilidade deaproveitar eses comentários, avaliações, indicações de erros e falhas apresentados nolivro E A VIDA CONTINUA..

Produção:

Elio Eugenio Müller

[email protected]