aula de introducao a fisiopatologia da dor

Upload: fabricio-gallo

Post on 19-Oct-2015

77 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • INTRODUO A FISIOPATOLOGIA DA DOR

    Profa. Dra. Marucia ChacurInstituto de Cincias Biomdicas III- ICB/USPDepartamento de Anatomia

    [email protected] 8452- sala 006

    Educao Continuada em Fisiopatologia e Teraputica da Dor

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Civilizaes Antigas A dor sem causa aparente era atribuda invaso do corpo por maus espritos e como punio dos deuses.

    Pain Poena Castigo - latimNeoltico (9.000 a.C.) amenizavam a dor com plantas, sangue de animais, frio e calor. (Ritos mgicos e comunicao com os deuses)

    Perodo mesopotmico (3.000 a.C.) oraes para conseguir perdo dos deuses

    Sria circunciso compresso das artrias cartidas isquemia cerebral perda de conscincia alvio da dor.

    Egito antigo castigo dos deuses consideravam o orifcio nasal esquerdo e osouvidos como a via de entrada de efermidades e da morte.

    1550 a.C. Papiro de Ebers pio para o tratamento da cefalia

    1000-1500 a.C. uso de narcticos vegetais, papoula, cannabis davam aos filhos papoula + insetos + cevada -

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • China - A dor era atribuda ao excesso ou deficincia de certos fludos no interior do organismo. Perda do equilbrio ying/yang Huang Ti (2.600 a.C.) - acupuntura

    Folhas da coca + cinza + saliva = anestesia local

    Indgenas americanos 400-700 a.C. incas peruanos coca - regalodo filho do Deus Sol em compensao ao sofrimento humano

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Aristteles (384-322 a.C.)- A estimulao dolorosa viajava pela pele e era conduzida pelo sangue ao

    Hipcrates (460-377 a.C.) alterao do equilbrio do organismo

    China - A dor era atribuda ao excesso ou deficincia de certos fludos no interior do organismo. Perda do equilbrio ying/yang Huang Ti (2.600 a.C.) - acupuntura

    Cocada folhas + cinza + saliva = anestesia local

    Indgenas americanos 400-700 a.C. incas peruanos coca - regalodo filho do Deus Sol em compensao ao sofrimento humano

    Grcia Exrcito grego (1200 a.C.) pio- guerras troianas -

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Galeno (129-199 d.C.)Negava a idia de alma imortal - considerado anticristo

    Definia a dor como uma sensao originada no crebro

    Leonardo da Vinci (1452-1519)

    Considerou o ventrculo como a estruturareceptora das sensaes e a medula comocondutora dos estmulos.

    Descrio anatmica dos nervos do corpohumano e a relao direta com a dor,confirmando a teoria galnica sobre o crebrocomo motor central da dor.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Descartes (1596-1650)O impulso doloroso era conduzido por uma via nervosa nicaesticada como uma corda que acionaria um sino (glndulapineal) no crebro alertando sobre o perigo de leso tecidual.

    1664

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • A dor uma experincia sensitiva e emocional desagradvel, associada ou descrita em termos de leso tecidual

    um sinal caracterstico dos mecanismos normais de proteo do organismo contra o dano tecidual

    A dor sempre subjetiva. Cada indivduo aprende a utilizar este termo atravs de suas experincias

    Associao Internacional para o Estudo da Dor (IASP)

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Conceitos de Nocicepo e Dor

    Nocicepo

    Mecanismo pelo qual os estmulos perifricos so transmitidos ao SNC (percepo dos estmulos nocivos)

    DorInclui componentes discriminativos da sensibilidade dolorosa (envolve aspectos afetivo e motivacionais)

    Nocicepo- Nocivu (nocivo que causa dano)

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • DorDor Componente sensorial-discriminativo

    - deteco da intensidade, localizao, durao, padro temporal e qualidadedo estmulo nocivo

    Componente emocional-afetivo-cognitivo

    - reao emocional decorrente da percepo, ou seja, a integrao do estmulo nocivo com reas corticais e sistema lmbico.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • ETAPAS DA NOCICEPO

    Transduo

    Percepo

    Modulao

    Transmisso

    Impulso doloroso recebido pelos nociceptores e transformado em potencial de ao

    Impulso conduzido at coluna posterior medula espinal

    No CDME o impulso modulado antes de chegar a nveis superiores do SNC

    Impulso integrado e percebido como dor

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Estmulo

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Percepo

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • - Neurnios unidades funcionais que processam e armazenam informaes.

    - Clula neuroglial (glia) providencia suporte estrutural e metablico para os neurnios. Maior quantidade.

    COMPONENTES DO SISTEMA NERVOSO

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Dendritos recebem informaes.

    Corpo celular contm o ncleo e organelas, recebe informaes e funes

    integrativas.

    Axnio conduz informao que codificada na forma de potenciais de ao.

    Terminao axnica finalizao da informao.

    ESTRUTURA DO NEURNIO

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Neurnio aferente ou sensitivo Neurnio aferente ou sensitivo

    conduzem medula impulsos originados nos receptores situados na conduzem medula impulsos originados nos receptores situados na superfcie (pele) ou no interior (vsceras, msculos e tendes)superfcie (pele) ou no interior (vsceras, msculos e tendes)

    Neurnios eferente ou motor Neurnios eferente ou motor --

    So So responsveisresponsveis porpor levarlevar umauma informaoinformao do do sistemasistema nervosonervoso

    central central parapara osos msculosmsculos e/e/ouou glndulasglndulas

    De acordo com funo:

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Neurnio de associao ou interneurnios Neurnio de associao ou interneurnios

    ConstituemConstituem a a maiormaior parte dos parte dos neurniosneurnios. So . So todostodos aquelesaqueles quequeestoesto entre um entre um neurnioneurnio aferenteaferente e e eferenteeferente..

    Corpos esto dentro do SNC (transmitem impulsos de um neurnio Corpos esto dentro do SNC (transmitem impulsos de um neurnio ao outro).ao outro).

    De acordo com funo:

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • TRANSMISSO DA DOR

    Nociceptores: so terminaes nervosas livres

    Sensveis a s tipos de estmulos de intensidade nociva:

    trmicos;

    mecnicos;

    qumicos.

    Todas as vezes que sentimos dor, a sentimos pela captao do estmulo recebido por meio -

    RECEPTORES

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • 1-Terminaes Nervosas LivresToque e Presso

    2- EncapsuladosCorpsculos de Meissnerpercepo de objetos que toquem a pele; ponta dos dedos, lbiosDiscos de MerkelAcompanha Meissner; deteco de movimento de objetos sobre a peleCorpsculo de PaciniSubcutneo; vibrao;amplamente distribuidoRuffinimais profundo, tato e presso, temperatura

    Receptores cutneos

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • MODALIDADE DO ESTMULO ESTMULO

    TIPO DE RECEPTOR

    RECEPTOR SENSORIAL

    Tato Presso Mecanorreceptor Corpsculos de Vater-Pacini, Meissner e Merkel

    Temperatura Quantidade de calor TermorreceptorReceptores de Krause (frio) e de Ruffini (calor)

    Dor

    Estmulos intensos e substncias qumicas

    Nociceptor Terminaes nervosas livres

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • ETAPAS DA NOCICEPO

    Transduo

    Percepo

    Modulao

    Transmisso

    Impulso doloroso recebido pelos nociceptores e transformado em potencial de ao

    Impulso conduzido at coluna posterior medula espinal

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Transduo

    estmulo nocivo (E) gera atividade eltrica no nociceptor (despolarizao da membrana da

    terminao sensorial)

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Transduo

    E potencial de ao propagado p/ ME liberao de neurotransmissores nas

    terminaes aferentes centrais no CDME

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Atividade perifrica do nociceptor

    mediadores qumicos liberados no espao em consequncia da leso tecidual

    sensibilidade aumentada do nociceptor, resulta nadiminuio do limiar para estmulos nocivos

    Hiperalgesia

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • ETAPAS DA NOCICEPO

    Transduo

    Percepo

    Modulao

    Transmisso

    Impulso doloroso recebido pelos nociceptores e transformado em potencial de ao

    Impulso conduzido at o CDME

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • impulso levado a estruturas do SNC cuja a atividade produz a sensao de dor

    Transmisso

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Condies FisiolgicasCondies FisiolgicasFibras C/AFibras C/Add

    Fibras CFibras C

    Fibras AFibras AddRpidas (5 30m/s)MielinizadasEstmulos trmicos e mecnicos

    Dor aguda cortante e bem localizada

    Lentas (0,5 2m/s)AmielinizadasEstmulos trmicos, mecnicos e qumicos

    Dor crnica indistinta e mal localizada

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Fibras Nociceptivas

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Fibras Nociceptivas

    Fibras AFibras AbbRpidas (30 70m/s)MielinizadasEstmulos baixa intensidade-

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Corno dorsal da medula espinhalCorno dorsal da medula espinhal

    neurnios de projeoneurnios de projeo--levam a mensagem nociceptiva

    p/ nveis + altos do crebro

    interneurnios inibitriosinterneurnios inibitrios --contribuem p/ o controle da

    transmisso nociceptiva

    interneurnios interneurnios excitatriosexcitatrios-- levam o impulso nociceptivo

    tanto p/ nns. de projeo como p/ nns. motores

    Arco-reflexo e Alodnea

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Formao de tratos

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Funo de alerta, segue a leso tecidual e geralmente desaparece com a resoluo do processo patolgico.

    Quando o processo patolgico persiste pode se tornar crnica.

    Associada a dano tecidual prolongado, processos patolgicos crnicos ou injria no SNC ou SNP.

    Resulta de mudanas complexas na via nociceptiva incluindo mudana na expresso de receptores, transmissores e canais

    inicos

    Dor AgudaDor Aguda

    Dor CrnicaDor Crnica

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • TRATOS DE DOR ASCENDENTE

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Sistema lemnisco medial tato epicrtico propriocepo

    consciente sens. vibratria

    Sistemantero-lateral dor temperatura presso tato protoptico(grosseiro-impreciso)

    Sistema somatossensorial do corpo

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Vias de Propriocepo Consciente,Tato Epicrtico e

    Sensibilidade Vibratria

    Sistema Coluna Dorsal- Lemnisco medial Neurnio I (gnglio espinhal)

    Neurnio II (ncleos grcil e cuneiforme)-cruzam plano med.:fibras arqueadas internas

    Lemnisco medial

    Neurnio III (tlamo, NVPL)

    tato epicrtico propriocepo consciente sens. vibratria

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Brodmann

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Classificao de Brodmann.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Classificao de Brodmann.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Crtex somestsico primrioSomatotopiaSomatotopia

    Correspondncia entre determinadas reas corticais e

    certas partes do corpo

    homunculo sensitivo

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Sistema do lemnisco medial tato epicrtico propriocepo

    consciente sens. vibratria

    Sistemantero-lateral dor temperatura presso tato protoptico

    Sistema somatossensorial do corpo

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • DORLOCALIZADA

    DORDIFUSA

    Sistema ntero-lateral

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Vias de Dor e Temperatura

    a) Via neoespino-talmica

    Constituda pelo trato espino-talmico lateral

    Neurnio I (gnglio espinal) Neurnio II ( Lminas I de Rexed) Neurnio III (tlamo, NVPL)

    Funculo lateral

    Responsvel pela sensao de dor aguda e bem localizada na superfcie

    do corpo (dor em pontada)

    Via somatotpica

    Sistema ntero- Lateral

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Sistema ntero- LateralVias de Dor e Temperatura

    b) Via paleoespino-talmica

    Constituda pelo trato espino-reticular

    Neurnio I (gnglio espinhal) Neurnio II (lmina V de Rexed)

    -sinapse em vrios nveis da formao reticular

    Neurnio III (formao reticular)-origem s fibras retculo-talmicas

    Neurnio IV (tlamo- ncleos intralaminares)-projetam-se p/ territrios amplos do crtex cerebral

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Sistema ntero- LateralVias de Dor e Temperatura

    b) Via paleoespino-talmica

    Constituda pelo trato espino-reticular

    Neurnio I (gnglio espinhal) Neurnio II (lmina V de Rexed)

    -sinapse em vrios nveis da formao reticular

    Neurnio III (formao reticular)-origem s fibras retculo-talmicas

    Neurnio IV (tlamo- ncleos intralaminares)-projetam-se p/ territrios amplos do crtex cerebral

    Responsvel pela sensao de dor crnica e difusa (dor em queimao)

    No tem organizao somatotpica. responsvel por um tipo de dor pouco localizada, dor profunda do tipo crnico.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Neurnio I (gnglio espinal)Neurnio II (lminas II e III Rexed)- Ponte-trato ETA+ETL=lemnisco espinal Neurnio III (tlamo, NVPL)*

    Sistema ntero- LateralVias de Presso e Tato

    Protoptico

    Constituda pelo trato espino-talmico anterior

    Lemnisco espinal

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Brodmann

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Os conhecimentos atuais sobre a fisiopatologia da dor, permitem melhor compreenso de seus aspectos

    bio-psquicos, favorecendo a evoluo de novas formas de tratamento, para as diversas sndromes e

    condies dolorosas existentes.

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

  • Os conhecimentos atuais sobre a fisiopatologia da dor, permitem melhor compreenso de seus aspectos

    bio-psquicos, favorecendo a evoluo de novas formas de tratamento, para as diversas sndromes e

    condies dolorosas existentes.

    OBRIGADA !

    **Neuroanatomia Funcional Angelo e Machado- Ed. Atheneu

    PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com